terça-feira, 19 de outubro de 2010

TRABALHO DE APICULTURA REALIZADO PELOS ALUNOS DO PROJETO

Apicultura

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Cortiço - colmeia tradicional
Apicultura é a ciência, ou arte, da criação de abelhas com ferrão. Trata-se de um ramo da zootecnia. A criação racional de abelhas para o lazer, ou fins comerciais, pode ter como objectivo por exemplo a produção de mel, própolis, geléia real, pólen, cera de abelha e veneno, ou mesmo fazer parte de um projeto de paisagismo. Além disso, as abelhas são importantes polinizadoras.

Índice


    Apicultura migratória

Nos pomares de laranja é comum os agricultores contratarem apicultores para polinizarem a florada de laranja, a render grande produtividade, tanto de laranja, como de mel, conhecido como mel flor de laranjeira. Este tipo de atividade chama-se apicultura migratória, porque o apicultor descarrega um caminhão de colméias no centro do pomar durante a florada, e depois retira as colméias no fim da florada. Nestes casos a retirada dos enxames é importante, pois tratando-se de uma monocultura de
laranja, as abelhas não terão alimento (nectar de flor) após a florada, e irão consumir todo o mel estocado dentro das colméias.

     Equipamentos


Fumigador
Todo apicultor deve saber manusear os principais equipamentos necessários para se ter um apiário: o fumigador, o formão de apicultor, máscara de proteção, luvas, macacão, etc, são necessário, pois as abelhas podem atacar o produtor. È fundamental manter o mato do apiário limpo pois os  microorganismos presentes neste ambiente podem atacar as colméias, prejudicando-as, ou fazendo com que elas abandonem seus ninhos. Existem muitos outros acessórios encontrados em lojas especializadas de apicultura, como o coletor de pólem, apanhadores de zangões, alimentadores, protetores de realeira, gaiolas de transporte, centrífuga e garfo desoperculador[1].

         A colméia racional

Na apicultura moderna usa-se uma colméia padrão desenvolvida em pesquisas científicas. Um dos padrões mais usados no mundo é o Langstroth, em Portugal usa-se também o padrão Lusitano. Existem muitos outros padrões e formatos de caixas. No desenho destas caixas usa-se o conceito do espaço-abelha, que é basicamente o tamanho de uma, ou duas abelhas, não mais. Trata-se de uma caixa com 10 quadros removíveis onde ficam os favos. O distanciamento dos quadros respeita o chamado espaço-abelha. A vantagem desta caixa padrão é a possibilidade de retirar os favos sem danifica-los, centrifugar o mel, e devolver o favo intacto para a colméia. O espaço-abelha permite que as abelhas circulem por dentro da colméia e disciplina a construção dos favos na posição de encaixe dos 10 quadros, permitindo que o apicultor remova centenas de favos em poucos minutos e recoloque-os de volta depois.

           Rotina do Apicultor

A manutenção de um apiário exige visitas frequentes do apicultor para as tarefas de remoção de mato perto das colméias, revisão das caixas e colheita, dentre outros serviços.
Durante a revisão o apicultor verifica se há excedente de mel para colheita, se a rainha está fértil (a produzir crias), se não há formigas, se não há traças, se existe cera em quantidade suficiente. Uma vez por mês os favos são levantados para verificar estes itens. O serviço é trabalhoso porque um apiário comporta aproximadamente 30 colméias e cada colméia tem no mínimo 10 favos. Apicultores profissionais podem ter centenas de colméias espalhadas em dezenas de apiários. Assim o apicultor costuma trabalhar com um ajudante, e instalar o apiário sempre em local de fácil acesso para carro, ou caminhão.

           Histórico

As abelhas existem há pouco tempo. Já foram encontrados pedaços de âmbar transparente envolvendo abelhas em pesquisas arqueológicas. Na teoria dizem que já existiam abelhas há 42 milhões de anos, idênticas às atuais. Mas o que se têm de fato, é o relato do uso do mel pelas civilizações mais antigas traçadas pela história, sendo uma delas os sumérios.
Na obra de Eva Crane (Honey, a Comprehensive Survey), encontramos informações de que os sumérios, que se estabeleceram na Mesopotâmia por volta de 5000 a. C., já usavam o mel. Dos textos sumérios que sobreviveram até os nossos dias são conhecidas duas passagens que falam a respeito do mel.
Três mil anos depois, esta região seria conhecida por Babilônia. Os babilônios já usavam o mel também na medicina. Posteriormente, os hititas invadiram a Babilônia. No código hitita, por volta de l300 a.C., aparecem as primeiras referências em uma legislação que regula algo a respeito de mel e abelhas.
Por volta do ano 3400 a.C., o soberano do Alto Egito uniu seu reino ao Baixo Egito. Desde a primeira dinastia, em 3200 a.C., adotaram-se as abelhas como símbolo do faraó do Baixo Egito. O mel era muito usado pelos antigos egípcios, especialmente pelos sacerdotes, tanto nos rituais e cerimônias como para alimentar animais sagrados.
Há textos que põem em destaque a existências de apicultura migratória no antigo Egito, o que significa que já naquela época era bastante usado algum tipo de colmeia móvel.
Na Bíblia, no Antigo Testamento, há informação suficiente para concluir que na Terra Prometida dos hebreus, “regada por leite e mel”, o mel era amplamente usado. Em vários textos bíblicos, o mel também é citado em diversas passagens do Antigo Testamento, sendo mencionado em alguns Salmos:
Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais do que o mel à minha boca. (salmo 119:103)
O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos. São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos. (Salmo 19:9-10)
No livro de Provérbios, o mel é mencionado pelo autor como um medicamento, o que demonstra que os hebreuss já utilizavam esta substância não só com fins alimentares mas também terapêuticos:
Palavras agradáveis são como favos de mel: doces para a alma e medicina para o corpo. (Provérbios 16:24)
Em sua poesia de Cântico dos Cânticos, Salomão, o mesmo autor da maioria dos Provérbios, faz outra menção ao mel, incluindo-o como um dos mais excelentes produtos da época:
Já entrei no meu jardim, minha irmã, noiva minha; colhi a minha mirra com a especiaria, comi o meu favo com o mel, bebi o meu vinho com o leite. Comei e bebei, amigos; bebei fartamente, ó amados. (Cantares 5:1)
Acredita-se na existência de apicultura sistemática já na pré-história, pois a própria atuação de Aristeu leva-nos à idéia de que existe uma grande possibilidade de os personagens mitológicos terem sido seres humanos que se destacaram por serem inteligentes, habilidosos ou bem dotados, com o tempo eles teriam se tornado lenda.
Pela época do historiador Hesíodo, contemporâneo de Homero, a apicultura sistemática já era um fato, pois se menciona o “simblous, ou simvlus”, que era um tipo de colmeia construída por mãos humanas.
Escavações feitas em Feston, na ilha de Creta, por companhias arqueológicas italianas, trouxeram à luz colmeias de barro que pertenceram à época minóica, 3400 a.C., bem anterior a Hesíodo e Homero. Outros achados destas escavações revelam o alto estágio da apicultura desta época. Entre eles estão duas jóias de ouro; uma delas mostra duas abelhas, datada de 2500 a.C., e foi encontrada nas escavações da antiga cidade de Cnossos.
Homero, o poeta, na sua consagrada Odisséia, fala sobre uma mistura de mel e leite, chamada “melikraton”, que era considerada uma excelente bebida; menciona também que as filhas órfãs de Píndaro eram alimentadas pela deusa Vênus (Afrodite) com queijo, mel e vinho, os mesmos alimentos usados por Circe, a feiticeira, que fascinou os companheiros de Ulisses.
Foi Aristóteles quem primeiro fez estudos com métodos científicos a respeito de abelhas, “melissas”, utilizando colmeia cilíndrica feita com ramos de árvores entrelaçados com uma mistura de barro e estrume de vaca. Esta colmeia hoje é chamada de “anastomo” ou “cofini”, e em certas regiões da Macedônia ainda é usada.
No período pré-aristotélico, a apicultura já tinha em grande parte sido sistematizada, tanto assim que o grande legislador ateniense Sólon dedicou-lhe vários artigos da lei, o que comprova seu estágio avançado naquele tempo. Um dos artigos proibia a instalação de um novo apiário a uma distância menor que 300 pés (90 metros) de um apiário já existente.
A cesta cilíndrica usada como colmeia possuía alvado ou buracos por onde entravam as abelhas, na parte superior, boca, onde eram colocadas de oito a doze ripas de madeira, paralelas. Ao longo da parte inferior destas ripas era derramada cera derretida, bem no meio, e ao longo de seu comprimento. A partir deste fio de cera, as abelhas iniciavam a construção de favos paralelos que chegavam ao fundo da cesta. Estes foram os primeiros favos móveis de que se têm notícias.
Com favos móveis, Aristóteles conseguiu fazer observações valiosíssimas, das quais algumas sobreviveram até a descoberta do microscópio, outras até Langstroth, apicultor estadunidense do século XIX, o espaço abelha, e as medidas são válidas até hoje.


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